quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A Maior felicidade




Um dia, perguntei ao Dr. Bezerra de Menezes, qual foi a sua maior felicidade quando chegou ao plano espiritual.
Ele respondeu-me:
 -  A minha maior felicidade, meu filho, foi quando Celina, a mensageira de Maria Santíssima, se aproximou do leito em que eu ainda estava dormindo, e, tocando-me, falou, suavemente: -  Bezerra, acorde, Bezerra!
 Abri os olhos e vi-a, bela e radiosa.
-  Minha filha, é você, Celina?!
-  Sim, sou eu, meu amigo.
A Mãe de Jesus pediu-me que  lhe dissesse que você já se encontra na Vida Maior,
havendo atravessado a porta da imortalidade.
Agora, Bezerra, desperte feliz.
Chegaram os meus familiares, os companheiros queridos das hostes espíritas que me vinham saudar.
Mas, eu ouvia um murmúrio, que me parecia vir de fora.
Então, Celina, me disse:
-  Venha ver, Bezerra.
 Ajudando-me a erguer-me do leito, amparou-me até uma sacada, e eu vi, meu filho, uma multidão que me acenava, com ternura e lágrimas nos olhos.
- Quem são, Celina?
perguntei-lhe ?
-  não conheço a ninguém.
Quem são?
São aqueles a quem você consolou, sem nunca perguntar-lhes o nome. São aqueles Espíritos atormentados, que chegaram às sessões mediúnicas e a sua palavra caiu sobre eles como um bálsamo numa ferida em chaga viva; são os esquecidos da Terra, os destroçados do mundo,
a quem você estimulou e guiou.
São eles, que o vêm saudar no pórtico da eternidade...

E o Dr. Bezerra concluiu:
A felicidade sem lindes existe, meu filho, como decorrência do bem que fazemos, das lágrimas que enxugamos, das palavras que semeamos no caminho, para atapetar a senda que um dia percorreremos.

 Extraído do Livro “O Semeador de Estrelas" , de Suely Caldas Schubert.


Filhos amados, 2010



Filhos amados, que a paz de Jesus esteja em nossos corações.

Estamos vivendo um período muito inquietante, perturbador, mesmo; parece que, por toda parte, os princípios norteadores da paz, do amor, da harmonia e da ética estão se perdendo, dando a ensancha à violência, o desregramento de todo matiz e, destarte, percebe-se uma inquietude crescente do pessimismo, o esvaziamento das vibrações oriundas da fé em ação ou em oração.

Por todos os lados, o medo grassa, a descrença amedronta, a fé vacila. Mas, eis, filhos amados, que urge ao cristão renovado a decisão em um basta para si. Não nos permitamos a inquietude desses tempos que caminham. Busquemos, em nossos corações, a determinação da fé.

Crede, crede e operai em vossos corações o começo da transformação, dizendo: Sim, Senhor, haverei de ser um bastião aonde quer que eu esteja. A confiança da fé, do amor, da caridade, da harmonia e da ética.

Crede e trabalhai nos pequenos detalhes de vossas manifestações no mundo, acolhendo com sorriso os corações que se encontram amargurados pela dor que açoda e rouba a esperança. Acolhei com fraternidade essas almas.

Precisamos aprender por disciplina, muitas vezes, a desenvolver a compaixão. Se não pudermos perdoar a quem nos fez mal, compadeçamo-nos dessas almas ignorantes e que se encontram no escuro, na falta do autoamor. Mas, se a compaixão for difícil, o perdão inviável, esqueçamos, por fim, em trabalho permanente em não fixação do que machuca, do que dói.

Urgem providências emergenciais para que não percamos a paz. E comecemos, filhos amados, em nossos lares, com aqueles que o Senhor Jesus nos trouxe para os testes, para as provas na conquista de novos parâmetros de relacionamentos com o bem, com o amor.

Parece que está havendo paroxismos com a descrença e o pessimismo, como se efetivamente o mundo estivesse retroagindo. Ledo engano! Continuamos, sim, nessa senda, só não precisamos ser tímidos no Bem. A demanda é de resistência. A força nasce da convicção de que não se pode parar. A perseverança é o motor a impulsionar sempre para adiante.

Precisamos, filhos amados, ir buscar Jesus no nosso dia-a-dia para que Ele habite os nossos pensamentos e aí começar uma corrente, uma energia positiva a contagiar a todos. Jesus em nosso coração é segurança de amor ao próximo, de certeza de que todas as nossas preces e rogativas serão escutadas.

Estamos juntos, nós aqui desse outro lado da vida e vós aí. Estamos juntos e lado-a-lado. Crede, portanto, que fazemos parte dessa tarefa confiada pelo Senhor e não vamos desistir, não podemos desistir, porque Ele, o Senhor Cristo de Deus disse que somos a luz do mundo e o sal da terra.
Precisamos, sim, ainda que uma luz bruxuleie sob o vento forte das divagações e dúvidas de crença, mas sejamos uma luz. Se não conseguirmos ser um farol, sejamos um pirilampo, mas sejamos luz a se manifestar na suavidade dos gestos, nas palavras, no abraço, no olhar que diz confie, estou do seu lado.

Sejamos este sal da terra que não deixa erva daninha prosperar, porque temos a força de salgar este terreno inóspito ou agressivo pela incúria e desfaçatez dos corações desagregados do sentimento de amor ao próximo.
Salguemos, portanto, esta terra.

Filhos amados, centenas de espíritos neste momento de oração se disponibilizam a recolher os nossos anseios, a escutar compassivos as nossas silenciosas súplicas. Fortaleçamo-nos, portanto, neste momento e digamos: Senhor, aqui estamos, o que queres que façamos, que façamos...

Que Jesus nos abençoe.
14/12/10 - Medrado

Mensagem dada por Bezerra, após 24 horas do falecimento.




"Baixai vossos olhos sobre os meus amigos, ó Virgem Gloriosa!
São também vossos filhinhos, como eu, que aflito gemi e padeci na Terra, sempre com os olhos cravados em vós.
Dai que eles possam compreender, ó Virgem Imaculada, esse ensinamento em que se vê vosso amado Filho, o Rei absoluto deste Planeta, curvado aos pés de humildes pecadores, como um servo humilde, lavar de seus pés o pó da estrada de peregrinos que trilhavam!
Que eles possam compreender esse - amai-vos uns aos outros -, certos, convencidos de que o amor que desdobrarem das suas almas, para os seus irmãos, evola-se, libra-se aos páramos onde está o vosso amado Filho, - é o amor elevadíssimo que nos vem com Jesus.
Meus caros companheiros, meus amigos, é demais a recompensa! Saudades! Ouvi, de mais de um, essa palavra, mas saudade por quê?
Vê tu, meu velho amigo (para Sayão), vêem todos vocês como é fraco o espírito humano!
Vocês, espíritas, meus companheiros, que falam a todo o momento comigo, têm saudades e choram! Eu também choro a minha fraqueza. Oh! Deus, oh! Jesus - Cristo! Quando, pelo verdadeiro elo da amizade, pela verdadeira compreensão dos vossos ensinos serão estancadas as nossas lágrimas, e essa palavra não terá nenhum sentido na linguagem das criaturas, vivendo todos nós sempre unidos e ligados pelo coração? Eu estou junto de vocês, meus caros companheiros. Eu lhes peço: não quebrem essa cadeia sagrada.
Como isso é bonito, como isto eleva as nossas almas!

...Obrigado a todos vocês, a todos vocês, obrigado.".



Na noite de 12 de abril de 1900 (após 24 horas de seu falecimento), houve a habitual sessão na Federação Espírita Brasileira. Então todos os que dela participavam ouviram, pela maravilhosa mediunidade sonambúlica de Frederico Pereira da Silva Junior, a palavra querida do espírito do nosso Bezerra de Menezes. Sua mensagem foi longa, e nela mais uma vez, humildemente, agradeceu a Deus, a Jesus e à Virgem Santíssima as bênçãos divinas que misericordiosamente recebia na pátria espiritual, pois se considerava ainda muito pecador e, portanto, indigno desse sagrado amor de Jesus!

http://www.cplec.com.br/bezerra.htm

Unificação




O serviço de Unificação em nossas fileiras é urgente, mas não apressado. Uma afirmativa parece destruir a outra. Mas não é assim. É urgente porque define o objetivo a que devemos todos visar; mas não apressado, porquanto não nos compete violentar consciência alguma.
Mantenhamos o propósito de irmanar, aproximar, confraternizar e compreender, e, se possível, estabeleçamos em cada lugar, onde o nome do Espiritismo apareça por legenda de luz, um grupo de estudo, ainda que reduzido, da Obra Kardequiana, à luz do Cristo de Deus.
Nós que nos empenhamos carinhosamente a todos os tipos de realização respeitável que os nossos princípios nos oferecem, não podemos esquecer o trabalho do raciocínio claro para que a vida se nos povoe de estradas menos sombrias. Comparemos a nossa Doutrina Redentora a uma cidade metropolitana, com todas as exigências de conforto e progresso, paz e ordem. Indispensável a diligência no pão e no vestuário, na moradia e na defesa de todos; entretanto, não se pode olvidar o problema da luz. A luz foi sempre uma preocupação do homem, desde a hora da furna primeira. Antes de tudo, o fogo obtido por atrito, a lareira doméstica, a tocha, os lumes vinculados às resinas, a candeia e, nos tempos modernos, a força elétrica transformada em clarão.

A Doutrina Espírita possui os seus aspectos essenciais em configuração tríplice. Que ninguém seja cerceado em seus anseios de construção e produção. Quem se afeiçoe à ciência que a cultive em sua dignidade, quem se devote à filosofia que lhe engrandeça os postulados e quem se consagre à religião que lhe divinize as aspirações, mas que a base kardequiana permaneça em tudo e todos, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces e que se nos levanta a organização.

Nenhuma hostilidade recíproca, nenhum desapreço a quem quer que seja. Acontece, porém, que temos necessidade de preservar os fundamentos espíritas, honrá-los e sublimá-los, senão acabaremos estranhos uns aos outros, ou então cadaverizados em arregimentações que nos mutilarão os melhores anseios, convertendo-nos o movimento de libertação numa seita estanque, encarcerada em novas interpretações e teologias, que nos acomodariam nas conveniências do plano inferior e nos afastariam da Verdade.

Allan Kardec, nos estudos, nas cogitações, nas atividades, nas obras, a fim de que a nossa fé não faça hipnose, pela qual o domínio da sombra se estabelece sobre as mentes mais fracas, acorrentando-as a séculos de ilusão e sofrimento.

Libertação da palavra divina é desentranhar o ensinamento do Cristo de todos os cárceres a que foi algemado e, na atualidade, sem querer qualquer privilégio para nós, apenas o Espiritismo retém bastante força moral para se não prender a interesses subalternos e efetuar a recuperação da luz que se derramado verbo cristalino do Mestre, dessedentando e orientando as almas.

Seja Allan Kardec, não apenas crido ou sentido, apregoado ou manifestado, a nossa bandeira, mas suficientemente vivido, sofrido, chorado e realizado em nossas próprias vidas. Sem essa base é difícil forjar o caráter espírita-cristão que o mundo conturbado espera de nós pela unificação.

Ensinar, mas fazer; crer, mas estudar; aconselhar, mas exemplificar; reunir, mas alimentar.

Falamos em provações e sofrimentos, mas não dispomos de outros veículos para assegurar a vitória da verdade e do amor sobre a Terra. Ninguém edifica sem amor, ninguém ama sem lágrimas.

Somente aqui, na vida espiritual, vim aprender que a cruz de Cristo era uma estaca que Ele, o Mestre, fincava no chão para levantar o mundo novo. E para dizer-nos em todos os tempos que nada se faz de útil e bom sem sacrifícios, morreu nela. Espezinhado, batido, enterrou-a no solo, revelando-nos que esse é o nosso caminho - o caminho de quem constrói para Cima, de quem mira os continentes do Alto.
É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios.
Respeito a todas as criaturas, apreço a todas as autoridades, devotamento ao bem comum e instrução do povo, em todas as direções, sobre as Verdades do espírito, imutáveis, eternas.
Nada que lembre castas, discriminações, evidências individuais injustificáveis, privilégios, imunidades, prioridades.
Amor de Jesus sobre todos, verdade de Kardec para todos.
Em cada templo, o mais forte deve ser escudo para o mais fraco, o mais esclarecido a luz para o menos esclarecido, e sempre e sempre seja o sofredor o mais protegido e o mais auxiliado, como entre os que menos sofram seja o maior aquele que se fizer o servidor de todos, conforme a observação do Mentor Divino.

Sigamos para a frente, buscando a inspiração do Senhor. 
                 

Bezerra de Menezes
(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião da Comunhão Espírita  Cristã, em 20-4-1963, em Uberaba, MG.)
(Reformador - dez/1975)